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Bob Wolfenson retorna a São Paulo com a exposição inédita “Exteriores”

A Unibes Cultural celebra seus dez anos de trajetória com uma exposição que reafirma sua relevância no cenário artístico paulistano. A partir de 26 de agosto, o espaço recebe “Exteriores”, mostra de Bob Wolfenson que reúne 53 fotografias em médio e grande formato. Com entrada gratuita e em cartaz até 26 de outubro, a exposição apresenta uma narrativa visual marcada pela diversidade humana, registrando instantes efêmeros em ruas de diferentes cidades do mundo, fruto do olhar inquieto de um artista que há décadas transforma a fotografia em instrumento de observação e memória.

A curadoria é assinada pelo próprio Wolfenson em parceria com a crítica e pesquisadora Ana Tonezzer, especialista em projetos de arte e fotografia contemporânea. O conjunto de imagens, resultado de uma jornada de anos, traduz a imprevisibilidade da vida urbana em registros que, como lembra o fotógrafo, surgiram muitas vezes do acaso. Para ele, esses trabalhos funcionam como marcos de sua própria passagem pelo tempo, revelando tanto a dimensão pública das cidades quanto o caráter íntimo de sua experiência como viajante.

Reconhecido internacionalmente por seus retratos de personalidades e sua atuação no universo da moda, Bob Wolfenson segue aqui por um caminho distinto. Em “Exteriores”, abandona o ambiente controlado do estúdio para se deixar levar pela espontaneidade das ruas e trilhas. O fotógrafo descreve esse processo como anotações em um caderno de notas, feitas não com palavras, mas com imagens que preservam o inesperado e a força do instante.

O projeto expográfico foi desenvolvido pelo arquiteto André Vainer, nome fundamental em grandes mostras culturais no país. Conhecido por criar espaços que favorecem o diálogo entre obra e visitante, Vainer transformou a sala expositiva da Unibes Cultural em um percurso de corredores paralelos. Essa estrutura guia o público por uma narrativa que se constrói nas conexões entre as imagens, permitindo que a experiência seja vivida de forma gradual e imersiva.

Mais do que um registro documental, “Exteriores” propõe reflexões sobre tempo, memória e solidão contemporânea. Para Wolfenson, as imagens revelam fragmentos de “desertos imaginários”, lugares que existem tanto no espaço urbano quanto no interior de cada indivíduo. Ele considera a mostra um exercício de autointerpretação, em que os exteriores capturados nas ruas refletem igualmente seus próprios interiores.

O projeto ganha ainda uma extensão editorial. Um livro homônimo será publicado pela Cosac Edições, com projeto gráfico de Edu Hirama e ampliações impressas em papel Baryta da tradicional Hahnemühle, realizadas por Chris Kehl. A edição reforça a intenção de eternizar essa nova etapa na carreira do artista, oferecendo ao público não apenas uma exposição, mas também um registro duradouro de sua busca por capturar a essência transitória da vida.

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