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Brunello Cucinelli revisita sua trajetória em novo docu-drama

A vida de Brunello Cucinelli sempre foi guiada por uma combinação delicada entre disciplina artesanal, ambição silenciosa e profunda crença na dignidade humana. Agora, essa trajetória ganha dimensão cinematográfica com o lançamento de Brunello: the Gracious Visionary, um docu-drama dirigido por Giuseppe Tornatore, vencedor do Oscar e autor de Cinema Paradiso. A produção estreou em grande estilo nos estúdios Cinecittà, em Roma, reforçando a aura épica que acompanha a ascensão do designer italiano conhecido mundialmente como o rei do cashmere.

O filme chega aos cinemas italianos em 9 de dezembro de 2025 e celebra a jornada de Cucinelli desde sua infância simples no interior da Itália nos anos 1950 até o comando de uma marca avaliada em bilhões de dólares, consolidada como referência absoluta de luxo silencioso e artesanato contemporâneo. É uma obra dedicada à tenacidade que moldou não apenas um império, mas também uma filosofia de trabalho que se tornou símbolo de seu legado.

Cucinelli convidou Tornatore e o compositor Nicola Piovani, também vencedor do Oscar, para conduzirem o projeto com total liberdade criativa. O resultado é um retrato íntimo que mistura imagens de arquivo, entrevistas atuais com familiares, colaboradores e personalidades como Oprah Winfrey, além de cenas dramatizadas que recriam capítulos essenciais da vida do estilista. Três atores interpretam Cucinelli em diferentes fases, acompanhando sua transformação de um jovem despreocupado e apaixonado por motocicletas e jogos de bar para o empreendedor visionário que encontraria seu propósito apenas depois dos vinte anos.

A escolha de lançar o filme ainda em vida foi, segundo ele, uma forma de garantir que sua história fosse contada com autenticidade. Cucinelli revela que sempre se incomodou com documentários produzidos após a morte de seus protagonistas, muitas vezes carentes de verdade emocional. Para ele, esta obra representa um gesto de legado. É a oportunidade de deixar às futuras gerações a sua própria voz e sua interpretação dos acontecimentos que o formaram como homem e como líder.

A narrativa também funciona como uma plataforma para reforçar seu conceito de capitalismo humanista, filosofia que orienta a marca desde sua fundação e que encontrou expressão máxima na revitalização da vila de Solomeo, na Úmbria. O pequeno vilarejo, outrora degradado, tornou-se símbolo de sua missão de unir negócios, comunidade e artesanato. O filme revela Solomeo como o coração pulsante de um ideal empresarial que busca demonstrar que o lucro pode caminhar ao lado da bondade e que ambientes de trabalho dignos geram prosperidade e humanidade.

Para Cucinelli, a mensagem central do docu-drama é simples e poderosa: é possível construir uma empresa de sucesso sem desrespeitar pessoas. É possível prosperar sem humilhar, pressionar ou diminuir. É possível liderar preservando o tempo, a cultura e o espírito de cada indivíduo. Essa convicção, traduzida em imagens e depoimentos, faz do filme menos uma homenagem autobiográfica e mais uma declaração ética.

Brunello: the Gracious Visionary inicia sua jornada nas telas italianas com lançamento internacional previsto na sequência. Para o estilista, trata-se de uma obra que ultrapassa a estética e se aproxima de uma confissão. É, como ele define com emoção, o testemunho de toda uma vida dedicada à beleza, ao trabalho e ao respeito profundo pela condição humana.

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