A Selfridges, uma das mais icônicas redes de lojas de departamento do Reino Unido, prepara-se para inaugurar um clube privado em seu endereço mais emblemático, em Londres. O projeto, que recebeu aprovação do Conselho Municipal de Westminster, promete transformar parte dos escritórios administrativos da marca, localizados no quarto andar do edifício histórico da Duke Street, construído na década de 1930, em um espaço exclusivo voltado para membros. A iniciativa inclui uma sala de jantar privativa e um terraço, criando um ambiente que une sofisticação e exclusividade para um público altamente seleto.
De propriedade do Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita e do Central Group, da Tailândia, a Selfridges vê no clube mais do que uma oportunidade de diversificação. A ideia é criar um novo destino de compras e convivência que ofereça experiências personalizadas aos clientes e membros mais valiosos, unindo a tradição do luxo com um conceito contemporâneo de exclusividade. Embora detalhes adicionais sobre o funcionamento do espaço ainda não tenham sido divulgados, a proposta já desperta grande expectativa no mercado de luxo londrino.
O movimento acompanha uma tendência que vem ganhando força em cidades globais. O crescimento da demanda por espaços privados entre consumidores de alto poder aquisitivo, intensificada pela era do trabalho remoto, tem estimulado o surgimento de novos clubes voltados a oferecer experiências exclusivas em ambientes antes subutilizados. Além de atender a essa procura, iniciativas como a da Selfridges atraem investidores do setor imobiliário que buscam revitalizar propriedades históricas, transformando-as em destinos de prestígio.
Os clubes privados, como conceito moderno, têm raízes profundas no Reino Unido. Inspirados nas cafeterias da era georgiana, esses espaços evoluíram para pontos de encontro formais da elite britânica e, posteriormente, americana. Após um período de declínio, quando muitos membros migraram para os subúrbios, esses clubes ressurgiram com força, consolidando-se como símbolos de exclusividade. Atualmente, nomes como 67 Pall Mall, Arts Club Dubai, Maxime’s e ZZ’s Club exemplificam a popularidade dessa tendência, que chega a incluir até versões voltadas para pets. Até mesmo o renomado chef Jean-Georges Vongerichten entrou nesse segmento, inaugurando o Chez Margaux no ano passado.
Com a tradição e o prestígio que a Selfridges carrega, o futuro clube privado da marca promete se somar a essa lista de destinos exclusivos e deve consolidar a loja como um ponto de referência ainda mais completo para consumidores que buscam luxo, conveniência e experiências diferenciadas no coração de Londres.
