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Cartier celebra seu legado com uma releitura elegante da pulseira Love

Por mais de meio século, a pulseira Love da Cartier foi sinônimo de desejo, romance e status. Com seu formato oval rígido e os parafusos aparentes que exigem uma chave especial para ser colocada, a joia criada por Aldo Cipullo em 1969 tornou-se um clássico absoluto, eternizando-se como símbolo de união e sofisticação. Hoje, a maison francesa abre um novo capítulo em sua história ao apresentar, pela primeira vez em 56 anos, uma versão maleável e flexível do icônico bracelete.

Batizada de Love Unlimited, a novidade traduz a busca da Cartier por inovação sem abandonar a essência. A pulseira foi redesenhada para se adaptar ao corpo com fluidez, envolvendo o pulso como uma segunda pele. O fecho invisível e patenteado permite unir várias peças sem que a junção seja perceptível, criando a ilusão de uma fita contínua de ouro. O resultado é uma joia que preserva a identidade visual inconfundível, mas oferece uma experiência de uso inédita em termos de conforto e elegância.

Segundo Pierre Rainero, diretor de imagem, estilo e patrimônio da Cartier, a criação da Love Unlimited foi um processo de três anos de pesquisa e desenvolvimento. Foram mais de cem protótipos até alcançar a harmonia perfeita entre flexibilidade e proporção. Para ele, a capacidade de um design gerar múltiplas variações é o que define sua força. A maison já havia demonstrado essa filosofia com a releitura quadrada do anel Trinity, lançada em 2024, que renovou um modelo centenário sem perder sua essência.

A pulseira Love sempre carregou um simbolismo particular. Com seus dois arcos rígidos e a necessidade de um parceiro para fechá-la, tornou-se uma espécie de “algema preciosa” que representava o compromisso entre duas pessoas. A nova versão, porém, amplia esse significado. Cada vez mais usada de forma independente, a Love deixou de ser exclusivamente uma joia de casal para se transformar em um marco pessoal, um objeto que celebra conquistas e momentos importantes.

A flexibilidade da Love Unlimited também dialoga com as transformações culturais do mundo contemporâneo. Joias de gênero neutro, combinações entre peças preciosas e bijuterias e pilhas de pulseiras com múltiplas marcas fazem parte de um novo código estético global. A Cartier, longe de resistir, incorporou essas mudanças ao reinventar um de seus maiores ícones, mantendo o equilíbrio entre tradição e modernidade.

Essa autenticidade tem um preço elevado. A Love Unlimited em ouro amarelo começa em 13 mil dólares, enquanto a pulseira Love clássica de tamanho pequeno custa 7.150 dólares. Mesmo em um cenário econômico global incerto, a Cartier mantém sua força. No primeiro trimestre de 2025, a divisão de joias do grupo Richemont, que inclui Cartier, Van Cleef & Arpels, Buccellati e Vhernier, registrou crescimento de 11%. Segundo a Vogue Business, a Cartier atingiu vendas estimadas de 11,1 bilhões de euros no ano fiscal, consolidando-se como a maior joalheria do mundo.

Para Rainero, a essência do luxo permanece inalterada: a curiosidade humana e o desejo de se cercar de beleza. A preciosidade de uma joia está no valor simbólico que carrega, na capacidade de encapsular momentos e sentimentos. A nova Love Unlimited representa exatamente isso: a união entre técnica, história e emoção. Ao reinventar um ícone sem perder sua alma, a Cartier reafirma seu papel singular no universo da joalheria, onde cada peça é mais do que um ornamento, é um símbolo de vida.

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