Na era em que os smartphones parecem ter monopolizado a fotografia cotidiana, um movimento silencioso, porém expressivo, vem ganhando força entre os amantes da imagem: o retorno das câmeras compactas. Práticas, elegantes e tecnicamente superiores, elas oferecem algo que nenhum celular é capaz de reproduzir, a intenção deliberada por trás de cada clique. Fotografar com uma câmera dedicada tornou-se um gesto de foco e autenticidade, um exercício de presença em um mundo saturado de instantaneidade.
A seguir, uma seleção das cinco melhores compactas disponíveis hoje, que combinam tecnologia, portabilidade e design, cada uma com uma proposta distinta, mas todas guiadas pela mesma busca por qualidade e expressão.

Ricoh GR IV: a essência da fotografia de rua
Pequena, rápida e precisa, a Ricoh GR IV é a preferida de muitos fotógrafos urbanos. A nova geração substitui o aclamado modelo GR III, lançado em 2019, mantendo o espírito minimalista que conquistou profissionais e entusiastas. Extremamente leve, liga em apenas meio segundo e conta com um novo sensor aliado à lente 18,3 mm f/2.8, resultando em imagens de alta nitidez e contraste.


Com 53 GB de memória interna, conectividade sem fio e controles manuais completos, a GR IV é a câmera ideal para quem deseja capturar o inesperado com discrição e qualidade impecável. Custa aproximadamente R$ 7.800, e continua a ser uma das referências absolutas quando o assunto é fotografia de rua.

Leica Q3 43: o luxo absoluto da precisão alemã
Para alguns, fotografar com uma Leica é mais do que uma escolha técnica: é um ritual. A Q3 43, novo modelo compacto da marca, traz a tradicional excelência óptica em um corpo de design minimalista, com lente fixa de 43 mm e compatibilidade total com o aplicativo profissional Leica FOTOS.

O resultado são imagens com definição extraordinária e um equilíbrio cromático inconfundível. Cada detalhe, do clique do obturador ao acabamento metálico, reforça o legado da marca que se tornou sinônimo de perfeição. Seu valor gira em torno de R$ 39.000, um investimento que reflete não apenas tecnologia, mas também história e arte.
Fujifilm X Half: a fronteira entre o digital e o analógico
A Fujifilm sempre soube como unir tradição e inovação, e a X Half é a prova disso. A câmera aposta em um formato vertical 3:4, que remete ao enquadramento dos smartphones, mas oferece um resultado infinitamente mais sofisticado, graças à lente de 32 mm e aos filtros que simulam películas clássicas da marca.


Com apenas 240 gramas, a X Half introduz o curioso “Film Camera Mode”, que limita o número de fotos por “rolo” e desativa o visor LCD, recriando a experiência da fotografia analógica. Há ainda o recurso 2 em 1, que combina uma foto e um vídeo em uma mesma moldura, incentivando experimentações criativas. Seu preço é de cerca de R$ 5.200, tornando-se uma escolha irresistível para quem busca leveza, originalidade e nostalgia.

Sony RX100 VII: potência em miniatura
Versátil e moderna, a RX100 VII é uma das compactas mais completas do mercado. Equipada com uma lente Zeiss de 24–200 mm, captura até 20 quadros por segundo e grava em 4K, unindo portabilidade e performance profissional. Seu sistema de foco automático é capaz de acompanhar objetos em movimento e identificar os olhos do sujeito, enquanto o obturador ultrarrápido (1/32.000 s) garante precisão em qualquer condição de luz.


Além disso, a câmera oferece estabilização de imagem, entrada para microfone externo e suporte para vídeos verticais, uma aliada poderosa para criadores de conteúdo e videomakers exigentes. O modelo é vendido por aproximadamente R$ 8.700, sendo um verdadeiro estúdio de bolso.

Canon PowerShot G7 X Mark III: o equilíbrio perfeito
Compacta, elegante e intuitiva, a Canon PowerShot G7 X Mark III mantém seu status de favorita entre fotógrafos e influenciadores. Pesa pouco mais de 300 gramas, grava em 4K, traz um zoom óptico de 4,2x e permite transmissões diretas para o YouTube.


O novo acabamento prateado e preto evoca as câmeras clássicas de 35 mm da marca, enquanto o corpo compacto faz dela uma companheira ideal para viagens e projetos espontâneos. A câmera custa cerca de R$ 8.200 e é uma das opções mais completas na categoria de ultra-compactas.

Lomo MC-A: o charme atemporal do analógico
Para quem prefere o grão e o imprevisível das imagens em filme, a Lomo MC-A é um convite à redescoberta. Produzida pela Lomography, a câmera 35 mm chega com lente retrátil de 32 mm, foco automático, flash embutido e até um pequeno display LCD, preservando o espírito experimental da marca com um toque contemporâneo.


A MC-A traduz o prazer de fotografar sem filtros nem correções digitais, apenas luz, química e acaso. Cada rolo é uma experiência sensorial e artística, celebrando o imperfeito como parte da beleza da fotografia. Custa cerca de R$ 3.700 e representa a mais significativa evolução da Lomography desde o lançamento do modelo médio-formato LC-A 120, em 2014.

Entre o digital e o analógico, entre o luxo e o minimalismo, essas câmeras revelam um mesmo desejo: o de desacelerar o olhar e recuperar o prazer de fotografar com intenção. Em um mundo dominado pela pressa, cada clique com uma compacta é um gesto de pausa, e de arte.