A Ferrari apresentou oficialmente a Amalfi, modelo que chega ao mercado em 2026 com a missão de substituir a Roma e consolidar uma nova fase para os grand tourers da marca. Com motor V8 biturbo de 631 cavalos e um design profundamente revisitado, o lançamento representa não apenas uma evolução estética, mas uma resposta direta às críticas que cercaram sua antecessora.
Desde seu lançamento em 2020, a Roma conquistou destaque como uma das propostas mais elegantes e acessíveis da Ferrari, disputando espaço com ícones como o Porsche 911 Turbo e o Aston Martin Vantage. A crítica aclamou seu desempenho e refinamento, mas não poupou comentários sobre detalhes que dividiram opiniões, como a grade frontal perfurada e o uso de controles táteis, especialmente no volante. Elementos que, na prática, comprometiam a experiência de condução e causaram desconforto até entre os admiradores da marca.


A Amalfi nasce com a missão de corrigir essas falhas e ampliar a proposta de uma Ferrari voltada para viagens de alto desempenho e longas distâncias. Seu nome remete à icônica Costa Amalfitana, um destino que evoca o charme e a sofisticação da dolce vita italiana, conceito que inspirou também a Roma. A ideia, segundo a Ferrari, é reinterpretar essa filosofia para um público que exige modernidade sem abrir mão de funcionalidade e prazer ao volante.
Visualmente, a Amalfi abandona a grade frontal polêmica e adota uma solução mais elegante, com malha metálica inferior e uma faixa preta que conecta os faróis, criando uma assinatura visual já presente em outros modelos recentes da marca. O tema é repetido na traseira, onde as lanternas circulares clássicas ladeiam um elemento central que reforça a identidade Ferrari. De acordo com Flavio Manzoni, diretor de design da marca, todos os painéis da carroceria foram redesenhados, mesmo que algumas alterações sejam mais sutis do que outras.

O interior reflete a mesma busca por refinamento funcional. Os botões táteis foram eliminados do volante, incluindo o de partida, substituídos por comandos físicos mais intuitivos. Um novo console central em alumínio usinado e anodizado amplia a sensação de espaço e valoriza o ambiente, enquanto a tela central, agora em orientação horizontal, se integra de forma mais harmônica ao painel.
Sob o capô, o V8 biturbo de 3,9 litros recebeu uma série de aprimoramentos, incluindo turbos de resposta mais rápida, novos comandos de válvula e um virabrequim redesenhado, além da central eletrônica emprestada do Ferrari 296. O resultado é uma potência elevada de 631 cavalos, permitindo aceleração de zero a 100 km/h em 3,3 segundos e de zero a 200 km/h em 9 segundos.

A dinâmica também foi aprimorada com melhorias aerodinâmicas e funcionais. Dutos integrados aos faróis ajudam a reduzir o arrasto e a refrigerar o motor, enquanto um aerofólio traseiro ativo com três posições gera até 110 quilos de força descendente a 250 km/h. Um novo sistema de freios eletrônicos promete ainda reduzir a distância de frenagem em aproximadamente 10%.
Apesar da relutância da marca em classificar a Amalfi como um grand tourer, a definição se mantém evidente. Os bancos traseiros permanecem como recurso ocasional, adequados para bagagem ou uso emergencial, reforçando o caráter de carro esportivo para longas distâncias com conforto e sofisticação.
Com preço inicial estimado em 275 mil dólares e chegada prevista às concessionárias em 2026, a Ferrari Amalfi se apresenta como um sucessor natural e amadurecido, combinando design refinado, desempenho impressionante e usabilidade aprimorada. Mais do que substituir a Roma, o modelo reafirma a capacidade da Ferrari de evoluir sem perder a essência que a consagrou entre os fabricantes de automóveis de prestígio.