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Onde ficar neste inverno: conheça os melhores novos hoteis de ski

A temporada de inverno 2025 marca um ponto de virada no turismo de neve de alto padrão. Após três anos consecutivos de recordes históricos no número de esquiadores e snowboarders, os principais destinos do hemisfério norte vivem um momento de maturidade e expansão. Grandes investimentos em infraestrutura, novas áreas esquiáveis e sistemas de teleféricos de última geração coincidem com um movimento decisivo do mercado hoteleiro de luxo, que passa a ocupar espaços antes inexistentes ou subexplorados. O resultado é uma safra especialmente robusta de novos hotéis de esqui, capazes de redefinir a experiência nas montanhas.

O fenômeno não é casual. A proximidade dos Jogos Olímpicos de Inverno de Milão Cortina 2026 colocou o esqui novamente no centro das atenções globais, ao mesmo tempo em que o público de alto poder aquisitivo passou a demandar hospedagens mais sofisticadas, integradas às pistas e com serviços comparáveis aos grandes resorts urbanos. Resorts tradicionais, muitos deles já consagrados pelo tamanho e pela qualidade da neve, perceberam que ainda havia uma lacuna importante no segmento de luxo, sobretudo no conceito ski in ski out.

Nos Estados Unidos, essa mudança é particularmente visível. Keystone, no Colorado, por muito tempo foi considerado um dos maiores resorts do país sem uma opção verdadeiramente luxuosa aos pés das pistas. A chegada do Kindred Resort altera esse cenário de forma decisiva. Com acesso direto aos principais teleféricos e integração à vila de pedestres River Run, o empreendimento combina hotelaria, residências e clube privado, oferecendo serviços como concierge de esqui e comodidades exclusivas. Mais do que um novo hotel, o Kindred representa uma reconfiguração do posicionamento de Keystone no mercado premium, além de funcionar como base estratégica para quem também esquia em Breckenridge.

Outro exemplo emblemático é Mammoth Mountain, na Califórnia. Tradicionalmente forte entre praticantes experientes e famílias, o destino carecia de um produto que dialogasse com um público mais cosmopolita. O Limelight Mammoth surge com uma proposta contemporânea de luxo, marcada por espaços sociais vibrantes, programação musical, foco em bem estar e um design que privilegia o convívio. A presença de suítes familiares, residências amplas e uma estrutura dedicada à recuperação física reforça a ideia de que o esqui moderno vai além das pistas e incorpora saúde, estilo de vida e experiência.

Montana também consolida sua ascensão no mapa do esqui de elite. Big Sky, que já vinha investindo pesadamente em teleféricos e infraestrutura, recebe o primeiro hotel de montanha da One and Only. O Moonlight Basin combina quartos, suítes, cabanas independentes e grandes residências com um spa de padrão internacional e uma oferta gastronômica assinada por nomes reconhecidos. Mesmo em um destino que já contava com hotéis cinco estrelas, a chegada da marca sinaliza uma nova fase, mais global e ambiciosa, para o resort.

Na Europa, o protagonismo das Dolomitas se confirma. Cortina d’Ampezzo, anfitriã dos Jogos Olímpicos de 2026, passa por uma transformação visível, liderada pela reabertura do antigo Cristallo sob a bandeira Mandarin Oriental. A estreia da marca em resorts de montanha carrega um peso simbólico importante e posiciona o hotel como um dos endereços mais aguardados do esqui mundial. Com apenas 83 acomodações, a proposta privilegia exclusividade, serviço impecável e uma conexão direta com a paisagem alpina que consagrou a região.

Ainda nas Dolomitas, o antigo Rosa Alpina renasce como Aman Rosa Alpina, consolidando a presença de uma das marcas mais reverenciadas do luxo global em um dos maiores domínios esquiáveis do planeta. A mudança preserva a tradição familiar, mas introduz uma nova linguagem estética, um spa de grandes proporções e conceitos gastronômicos atualizados. O movimento não apenas eleva o status do hotel, como reforça a atratividade internacional da região como alternativa sofisticada aos Alpes franceses e suíços.

O crescimento do mercado também abre espaço para propostas mais autorais. Em Aspen, o White Elephant leva à montanha o espírito elegante e artístico que consagrou a marca em Nantucket, enquanto em Utah o Sundance Resort finalmente ganha seu primeiro hotel de alto padrão, aprofundando a vocação cultural e criativa idealizada por Robert Redford. Já o evo Hotel, em Lake Tahoe, aposta em uma leitura menos tradicional do luxo, focada em aventura, sustentabilidade e comunidade, mostrando que o esqui contemporâneo comporta diferentes narrativas.

Na Itália, além dos grandes nomes internacionais, surgem projetos de forte identidade local, como o Ancora Cortina, idealizado por Renzo Rosso, e o La Muda, em Alta Badia, que reinterpretam o chalé alpino com linguagem atual, design refinado e gastronomia de excelência. Esses empreendimentos demonstram que o luxo nas montanhas não se resume a marcas globais, mas também à capacidade de traduzir cultura, território e estilo de vida.

O que se desenha para o futuro é um cenário em que o esqui deixa de ser apenas um esporte sazonal e se afirma como experiência completa, capaz de reunir hospitalidade de alto nível, bem estar, gastronomia, design e paisagem. Com novos projetos já anunciados para 2026, incluindo expansões ambiciosas de grupos como Four Seasons, fica claro que as montanhas vivem um novo ciclo de sofisticação. Para o viajante exigente, trata se de um inverno especialmente promissor, no qual a escolha do hotel passa a ser tão relevante quanto a qualidade da neve.

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