Viajar pelo mundo em busca dos melhores campos de golfe é mais do que um esporte: é uma jornada de elegância, precisão e contemplação. Entre falésias, montanhas e praias intocadas, estão os templos modernos do golfe, lugares que unem paisagens arrebatadoras, tradição centenária e hospitalidade à altura de quem vive o jogo como uma arte. O Wayfarer Golf Guide 2025 reúne dez experiências que transcendem o green, revelando não apenas onde jogar, mas onde se hospedar, saborear e viver a verdadeira essência do golfe internacional.
Royal County Down, Irlanda do Norte
Entre a Baía de Dundrum e as Montanhas Mourne, o Royal County Down é um cenário de pura poesia. Desenhado originalmente por Old Tom Morris, o campo combina terreno acidentado, dunas cobertas de vegetação e bunkers traiçoeiros que testam até os jogadores mais experientes. A cada tacada, a natureza parece coreografar o jogo.
Como jogar: É possível solicitar reserva pública com antecedência, mediante taxa de cerca de US$ 600 por rodada e serviço obrigatório de caddie.
Onde ficar: O lendário Slieve Donard, um hotel vitoriano à beira-mar, une tradição e conforto. O spa é um refúgio de serenidade, e o restaurante J.J. Farrall’s celebra a cozinha irlandesa com sofisticação.
St Andrews Old Course, Escócia
Berço do golfe mundial, St Andrews é mais do que um destino: é um rito de passagem. Por séculos, o vento do Mar do Norte moldou não apenas suas dunas, mas também o caráter dos que se aventuram em suas 18 voltas históricas. Mesmo sob chuva e neblina, caminhar sobre a Swilcan Bridge é um gesto quase espiritual.
Como jogar: Aberto ao público mediante apresentação de handicap válido. As reservas são realizadas anualmente e há sorteios diários para horários disponíveis.
Onde ficar: O Old Course Hotel, com vista direta para o campo, é sinônimo de luxo discreto. Seu spa Kohler Waters e o elegante Road Hole Bar garantem o equilíbrio perfeito entre adrenalina e descanso.
Royal Melbourne, Austrália
Localizado na região de Sandbelt, em Victoria, o Royal Melbourne é um monumento à elegância natural. Fundado em 1891, combina precisão técnica com uma topografia de areias douradas e gramados imaculados. O vento do Pacífico acrescenta imprevisibilidade à experiência, transformando cada jogada em um duelo com os elementos.
Como jogar: Reservado a membros e convidados, com green fee em torno de US$ 500.
Onde ficar: O Quest Cheltenham oferece suítes tranquilas e contemporâneas a poucos minutos do campo e das praias da baía.
Royal Dornoch, Escócia
Situado na remota costa norte escocesa, o Royal Dornoch encanta há mais de 150 anos. Seus greens rápidos e firmes refletem a pureza original do jogo. O horizonte se mistura ao mar e o silêncio é interrompido apenas pelo som do vento entre as dunas.
Como jogar: Visitantes são bem-vindos todos os dias; o valor médio é de US$ 400 por rodada.
Onde ficar: O Dornoch Station, de frente para o mar, preserva o charme de 1902 e oferece uma gastronomia inspirada nos produtos locais em seus dois restaurantes, The Golden Gorse e Bar Ross.
Cabot Saint Lucia, Caribe
Um dos campos mais impressionantes do mundo moderno, o Cabot Saint Lucia foi esculpido entre penhascos e vales de uma península de 375 acres. Cada buraco revela uma nova perspectiva sobre o Atlântico, combinando o azul intenso do mar com o verde do gramado. O campo desenhado por Bill Coore e Ben Crenshaw parece seguir o ritmo da ilha.
Como jogar: Exclusivo, com apenas 40 jogadores por dia e taxas a partir de US$ 445.
Onde ficar: O icônico Jade Mountain é uma obra de arte suspensa sobre o mar, com 24 suítes que abrem inteiramente para o horizonte e piscinas infinitas privativas.
Muirfield, Escócia
Com mais de dois séculos de história, o Muirfield é um dos campos mais respeitados da Europa. Seu traçado à beira-mar e o clima mutável da Escócia exigem estratégia e calma. A cada buraco, o campo revela seu temperamento imprevisível, tornando o jogo uma experiência mental tanto quanto física.
Como jogar: Aberto a visitantes às terças e quintas, com taxa acima de US$ 500.
Onde ficar: O Greywalls Hotel & Chez Roux, projetado em 1901, é um refúgio de campo com atmosfera aristocrática e gastronomia refinada sob comando do chef Albert Roux.
Shanqin Bay, China
Em meio a falésias voltadas para o Mar da China, o Shanqin Bay é um campo que combina luxo e mistério. Construído sobre antigos quartéis da Segunda Guerra, seu design audacioso serpenteia entre montanhas e vales. O serviço, impecável, inclui caddies que cuidam de cada detalhe, até mesmo das divots.
Como jogar: Exclusivo para membros e convidados, com taxa de adesão de aproximadamente US$ 1 milhão.
Onde ficar: O Le Méridien Shimei Bay Beach Resort & Spa oferece vilas elegantes, seis restaurantes e praias privadas, o cenário ideal para quem busca reclusão e conforto absoluto.
Royal Portrush, Irlanda do Norte
Entre falésias e ruínas medievais, o Royal Portrush domina a paisagem costeira do Atlântico. Projetado por Harry Colt, o campo parece esculpido pela própria natureza. Ondulações, dunas e greens elevados formam um dos visuais mais dramáticos do golfe mundial.
Como jogar: Aberto ao público em dias selecionados, com valores a partir de US$ 500.
Onde ficar: O Dunluce Lodge, vizinho ao quarto fairway, é o único resort cinco estrelas da região, com restaurante e bar perfeitos para encerrar o dia com um bom uísque irlandês.
Hirono, Japão
Concebido na década de 1930 e cercado por florestas de pinheiros, o Hirono é uma ode ao minimalismo japonês. As linhas diagonais dos bunkers e a serenidade do cenário criam uma atmosfera de introspecção. É um campo que exige paciência, equilíbrio e respeito, uma verdadeira meditação em movimento.
Como jogar: Apenas mediante convite de um membro.
Onde ficar: O Nesta Resort Kobe é uma imersão no estilo onsen, com águas termais privadas, vilas de luxo e gastronomia italiana em meio às montanhas.
Sunningdale, Inglaterra
A apenas 40 minutos de Londres, o Sunningdale é o epítome da elegância britânica. Criado em 1901, combina a força dos drives com a delicadeza de greens enquadrados por carvalhos e bétulas. O 10º buraco, elevado e cênico, é um dos mais fotografados do planeta.
Como jogar: Visitantes são aceitos de maio a outubro, com reservas feitas com até um ano de antecedência.
Onde ficar: O Coworth Park, integrante da Dorchester Collection, é uma mansão georgiana rodeada por 200 acres de jardins e campos de polo, com um spa subterrâneo e um restaurante de alta gastronomia.
Tara Iti, Nova Zelândia
Entre dunas e maresia, o Tara Iti é pura poesia natural. Localizado a 90 minutos de Auckland, foi esculpido a partir de uma antiga plantação de pinheiros e restaurado à vegetação nativa. O campo parece surgir da areia, moldado pelo vento e pelo tempo.
Como jogar: Exclusivo para membros.
Onde ficar: O The Ridge Mangawhai oferece vilas arquitetônicas cercadas por floresta nativa, com vista panorâmica e total privacidade.
O Golfe Como Experiência Wayfarer
Mais do que esporte, o golfe é uma arte que combina paciência, precisão e contemplação. E cada campo citado aqui é um convite a viver essa filosofia de forma singular. Do silêncio escocês às brisas do Caribe, do requinte inglês à serenidade japonesa, o Wayfarer Golf Guide celebra os destinos onde cada tacada se transforma em memória, e cada partida, em viagem.
